POETA FEIRENSE VENCE O PRÊMIO MARAÃ DE POESIA 2020
A poeta feirense Pollyana de Sousa Silva venceu o Prêmio Maraã de Poesia, na categoria autores inéditos, e terá seu primeiro livro publicado pela Editora Reformatório, de São Paulo.
Criado em 2015, o Prêmio Maraã de Poesia é realizado pela Editora Reformatório e busca premiar poetas brasileiros inéditos, dando a eles a oportunidade de publicação, a partir da leitura de crítica especializada de poetas experientes e membros da comunidade acadêmica. O prêmio tem apoio da União Brasileira de Escritores (UBE), da Editora Cousa e das Revistas Cult e Lavoura de literatura.
Em sua 6ª edição, o Prêmio Maraã contou pela primeira vez com a categoria de autores já publicados, cuja vitória ficou a cargo do poeta paraibano Marcel Vieira Barreto Silva.
“Tenho 31 anos e sou natural de Feira de Santana, apesar de já viver há alguns anos em Salvador, após ingressar na Universidade Federal da Bahia”, conta Pollyana.
O contato com a literatura veio desde muito cedo para Pollyana. “Meu nome foi escolhido pela minha mãe, por causa do famoso livro Pollyanna”, diz, se referindo ao clássico escrito por Eleanor H. Porter, publicado em 1913, sobre a menina de 11 anos, órfã, que vai viver com sua tia, e cuja visão otimista da vida muda a todos em sua volta.
“O meu pai também era um leitor assíduo, então das leituras passei a escrever diários numa investigação de minhas próprias memórias e registrar o fascínio de algumas cenas do cotidiano.”, conta. As cidades de Feira de Santana e Salvador serviram como inspiração. “Um domingo na estação da feirinha nova ou uma conversa no Pelourinho são pautas certas no meu interesse", afirma ela, que tem os trabalhos de Conceição Evaristo, Carolina de Jesus, Bell Hooks e Carla Akotirene como principais inspirações.
Assim nasceu “Siringe”, o livro inédito de poemas que deu a Pollyana o Prêmio Maraã de Poesia. “Curiosidade e memória dão fluxo à minha escrita, e a poesia surgiu através dessas experimentações, o que também se tornou um alívio mental em tempos difíceis. "Siringe" se refere ao orgão que permite a vocalização das aves, uma interpretação poética de nossos cantos e lamentos, perpassando raça, gênero e classe”, conclui.
Conheça um poema de “Siringe”
CONVERSINHA
Polyana de Sousa Silva
no passeio
a proximidade do teu parapeito
me convida a uma conversa de rua
conto do contratempo
um vendedor de conta
ao me confundir com turista
ofereceu-me Iemanjá em cores de Bahia
subiu vermelho
saí caçando com quem dividir
vi costas de muralhas simpáticas
mas parar mesmo não senti que devia
então, te avistei na privacidade de fora
trouxe algo só meu
divã de ladrilhas.
Sobre o Prêmio Maraã de Poesia
Criado em 2015, o Prêmio Maraã de Poesia é uma iniciativa que vai premiar dois poetas brasileiros inéditos, dando a eles a oportunidade de publicação, a partir da leitura de crítica especializada (incluindo poetas experientes e membros da comunidade acadêmica). Já foram contemplados vencedores nas edições de 2015, 2016, 2017, 2018, 2019 e 2020, todos editados pela Editora Reformatório.
O Prêmio Maraã de Poesia é realizado pela Editora Reformatório e tem apoio da União Brasileira dos Escritores (UBE), da Editora Cousa, da Revista Lavoura, da Revista Cult, da LIS Gráfica Editora e da Negrito Produção Editorial.
O nome do prêmio é uma homenagem à terra natal do idealizador do concurso, o poeta Osório Barbosa, uma pequena cidade escondida no coração da floresta amazônica, com pouco mais de 18 mil habitantes, a 600 km da capital, Manaus.
Autor/ Créditos: Jorge Magalhães